O texto abaixo foi enviado por um amigo, colega e cristão, pelo qual tenho profundo respeito e admiração; indignado pela forma como os politiqueiros aproveitam as oportunidades para promoverem a demagogia.
"Vamos respeitar a Igreja?
Perplexidade. Esta é talvez a palavra que melhor exprime o meu estado de espírito (e creio que também o de muita gente) em face da atitude de alguns padres (e até bispos!) de minha igreja em relação ao nosso atual momento político. São manifestações públicas que, dada a posição dessas pessoas no contexto social, ultrapassam a linha da irresponsabilidade. Além disso, vimos pela TV no último dia 12, em Aparecida, momentos de verdadeiro exercício de mistificação, de hipocrisia de um grupo de políticos, em plena festa da Padroeira do Brasil. Inaceitável! Cabe indagar se a alegada questão da descriminalização do aborto é o único e supremo critério para distinguir joio de trigo na seara do Cristianismo; e qual a garantia de que no grupo “do bem” a visão sobre esse problema coincide de verdade com a da Igreja. Está tudo muito estranho. Quer se trate de pura ingenuidade, de má-fé ou de visão estreita da realidade, são todos atributos incompatíveis com a missão de um orientador de espíritos. Que, para basear sua tomada de posição, deveria considerar também - e com o mesmo zelo - as tantas outras questões de enorme peso moral que aí estão, como por exemplo a inegável e persistente “violência institucionalizada” (que saudade de dom Hélder!) que tanto oprime nossos humildes, e pela qual o mencionado grupo político é historicamente responsável.
Estou convencido de que os católicos brasileiros necessitam urgentemente de uma palavra sobre o assunto proferida pela nossa respeitável CNBB. Quem crê na sacralidade do catolicismo e reverencia seus dois mil anos de história não pode aceitar uma situação que possibilita confundir sua ação pastoral com os métodos de manipulação de consciências empregados pelas seitas que pululam pelas periferias do país, sob a batuta de dirigentes movidos a fanatismo, obscurantismo e dinheiro... E basta consultar os jornais e revistas para comprovar que essa confusão, infelizmente, é hoje uma realidade".
Udovaldo Jacques Eid
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