sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Menina nasce no banco traseiro de um fusca

 

Este fusca foi o berço da menina no colo da mãe.
Madrugada do dia 31 de outubro de 1981. Usina Júlio de Mesquita Filho, município de Cruzeiro do Iguaçu - Sudoeste do Paraná.
Sua esposa grávida de sete meses o acordou reclamando que sentia fortes dores. Rapidamente levantou-se foi até o alojamento, a cerca de 500 metros e de lá telefonou ao o administrador pedindo-lhe um carro com motorista para levá-la ao hospital em Francisco Beltrão, onde ela fazia o pré-natal. O objetivo era apenas consultar ao médico para saber se havia alguma anormalidade.
O Beto era o motorista que conduziria o casal ao hospital. Na cidade de Francisco Beltão. Tirálo eda cama, este ir ao setor de transportes, apanhar e abastecer o “fusca”, se passaram mais de uma hora. Finalmente por volta das quatro da manhã estavam a caminho de Francisco Beltrão distante uns 80km. Quando passavam pela localidade de Vista Alegre, a bolsa de liquido amniótico se rompeu e ele ouviu da esposa a frase que o deixou muito preocupado: -
“Pai, a bolsa estourou!”.
A menina cresceu e está casada desde 2003
 Pediu ao motorista que estacionasse o carro imediatamente no acostamento, passou para o banco de traz e percebeu que o neném começou a nascer. O que fazer numa situação dessas? Ele conta como agiu naquele momento decisivo. – “valeu naquela hora as instruções que eu tive um dia antes na aula de biologia de segundo grau que cursava em Quedas do Iguaçu. Não sei por que razão, mas a professora falava sobre parto, quando me acorreu de perguntar se haveria algum problema, por ocasião de um parto, se a criança ficasse muito tempo após o nascimento, conectada pelo cordão umbilical. – Sim, disse a professora – Se a criança ficar em desnível abaixo da mãe, poderá receber uma quantidade excessiva de sangue... Se ficar acima do nível da mãe o fluxo sangüíneo deixará a criança sem sangue, porém, se estiverem no mesmo nível por um determinado tempo não haverá problemas”.
 A informação foi providencial e posta em prática imediatamente. O que se via no banco de traz, era uma mulher sentada e recostada na lataria e um pai acocorado segurando um bebê que nasceu prematuro, sem chorar, mas respirando normalmente.
  Conta o pai, que como estava escuro, não dava pra saber se o neném estava vivo ou não, pois não chorou. A única manifestação de vida era a respiração que o pai auscultava constantemente e lhe parecia normal. Somente quando se aproximaram do centro da cidade sob a iluminação dos postes o pai percebeu que era uma menina, piscava e chupava o dedinho.
 Dois dias depois, a pequena e a mãe já estava de volta no mesmo fusca da empresa que serviu de berço natal.
Texto e imagens: Osmar Vieira

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