quarta-feira, 11 de julho de 2018


PÕEM A SEMENTE NA TERRA NÃO SERÁ EM VÃO...

Mutirão plantio Horta Comunit. N.Senhora da Luz
Numa das Celebrações da Vida promovida pela Pastoral da Criança, na Comunidade Nossa Senhora da Luz, uma das mais carentes
Simulação - Osmar e Suely
da Paróquia Santa Teresinha de Lisieux; vendo uma vasta área de pátio ociosa dando lugar às ervas daninhas, sugerimos que se fizesse uma horta comunitária, para atender as carências alimentares das famílias atendidas pela Pastoral da Criança e dar às pessoas da própria comunidade, condições de dispor de uma alternativa alimentar de melhor qualidade.

A ideia deu tão certo, que logo contatamos com a Prefeitura Municipal e através da Secretaria da Agricultura, providenciaram a preparação do terreno e cederam duas mil mudas de hortaliças diversas. Coube à comunidade plantar e regar as mudinhas que estão crescendo e que logo poderão ser consumidas

EU NÃO TENHO VERGONHA DE DIZER QUE SOU CAIPIRA

Desde pequeno “trabalhei” na roça. Meu pai era professor e proprietário de dois sítios na localidade chamada Portão, município de Mangueirinha, uma região com centenas de pequenos agricultores. Depois a agricultura familiar deu lugar ao latifúndio e quase todos migraram para diversas cidades, a ponto das virarem um mar de plantação de soja, florestas devastadas e fontes de água secaram. Num desses episódios, a Vila São José onde concentrava uma grande quantidade de agricultores, foi extinta e a última casa a ser demolida foi a Capela onde os moradores se reunia para o Culto Dominical e as Santas Missas, em regra celebradas pelo então pároco, Frei José Urbano Monteiro.
O que eu mais gostava na agricultura, era quando se faziam os mutirões, lá a gente chamava de “puxirão”. Geralmente para carpir, roçar, colher. Aconteciam geralmente num sábado até o meio dia. Era a forma dos colonos se ajudarem. Sem depender de pagar mão-de-obra escassa e cara.
Mutirão  Horta 
Ao meio dia, era servido um suculento almoço de quirera de milho socado no monjolo misturada com carne de porco... nem preciso dizer que eu ia nos mutirões para distribuir água e cachaça aos trabalhadores, mas só pensando no almoço


De quebra, para recompensar os trabalhadores, à noite rolava um baile no terreiro do galpão iluminado pelos candeeiros e lampiões a querosene. Como a iluminação era precária, isso contribuía para os namoros, que sempre acabavam em bons casamentos. E os fandangos animados geralmente por um dos saudosos gaiteiros: TAÍCO, DOMINGOS FELICIANO, CHUNA., tocavam Xote e rancheira, mas à noite inteira só dançavam valsa.. sempre bem hidratados com cerveja quente, pois não existia geladeira, ou cachaça Oncinha. Em via de regra, os fandangos iam até clarear o dia, se nenhum “venta furada” resolvesse desmanchar o baile, atirando no lampião. Ao chegarem em suas casas no domingo de manhã, homens e mulheres percebiam que suas narinas estavam pretas de picumã da fumaça dos lampiões e cuspindo tijolinhos de tanta poeira aspirada que levantava do terreiro de chão batido. De alguma forma plantavam a solidariedade e a esperança na convicção do... NÃO SE PREOCUPE A COLHEITA, PLANTA PARA O IRMÃO.

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