PÕEM A SEMENTE NA TERRA NÃO SERÁ EM VÃO...
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| Mutirão plantio Horta Comunit. N.Senhora da Luz |
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| Simulação - Osmar e Suely |
A ideia deu tão certo, que logo contatamos com a
Prefeitura Municipal e através da Secretaria da Agricultura, providenciaram a
preparação do terreno e cederam duas mil mudas de hortaliças diversas. Coube à
comunidade plantar e regar as mudinhas que estão crescendo e que logo poderão
ser consumidas
EU NÃO TENHO VERGONHA DE DIZER QUE SOU CAIPIRA
Desde pequeno “trabalhei” na roça. Meu pai era professor
e proprietário de dois sítios na localidade chamada Portão, município de
Mangueirinha, uma região com centenas de pequenos agricultores. Depois a
agricultura familiar deu lugar ao latifúndio e quase todos migraram para
diversas cidades, a ponto das virarem um mar de plantação de soja, florestas
devastadas e fontes de água secaram. Num desses episódios, a Vila São José onde
concentrava uma grande quantidade de agricultores, foi extinta e a última casa
a ser demolida foi a Capela onde os moradores se reunia para o Culto Dominical
e as Santas Missas, em regra celebradas pelo então pároco, Frei José Urbano Monteiro.
O que eu mais gostava na agricultura, era quando se
faziam os mutirões, lá a gente chamava de “puxirão”. Geralmente para carpir,
roçar, colher. Aconteciam geralmente num sábado até o meio dia. Era a forma dos
colonos se ajudarem. Sem depender de pagar mão-de-obra escassa e cara.
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| Mutirão Horta |
De quebra, para recompensar os trabalhadores, à noite
rolava um baile no terreiro do galpão iluminado pelos candeeiros e lampiões a
querosene. Como a iluminação era precária, isso contribuía para os namoros, que
sempre acabavam em bons casamentos. E os fandangos animados geralmente por um dos
saudosos gaiteiros: TAÍCO, DOMINGOS FELICIANO, CHUNA., tocavam Xote e
rancheira, mas à noite inteira só dançavam valsa.. sempre bem hidratados com
cerveja quente, pois não existia geladeira, ou cachaça Oncinha. Em via de
regra, os fandangos iam até clarear o dia, se nenhum “venta furada” resolvesse
desmanchar o baile, atirando no lampião. Ao chegarem em suas casas no domingo
de manhã, homens e mulheres percebiam que suas narinas estavam pretas de picumã
da fumaça dos lampiões e cuspindo tijolinhos de tanta poeira aspirada que
levantava do terreiro de chão batido. De alguma forma plantavam a solidariedade
e a esperança na convicção do... NÃO SE PREOCUPE A COLHEITA, PLANTA PARA O
IRMÃO.



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