quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

N O S T A L G I A ?



Nesta tarde, enquanto revirava as gavetas da velha cômoda, no intento de encontrar um antigo documento, me deparei com um crachá, há quase dez anos ali abandonado.

Segurando-o nas mãos por algum tempo, recordei vários aspectos vividos há 34 anos e meio de atividades na mais conceituada empresa de energia elétrica do Estado do Paraná.
Admitido na Companhia Paranaense de Energia COPEL, em setembro de 1975, sob o registro 12098, meu primeiro ano de atividade como operador de uma PCH, pequena central hidrelétrica, a antiga Usina Cavernoso, por ser alimentada pelas águas do rio com o mesmo nome.

Quantas histórias vividas naquele lugar, como diria o gaúcho: “um fundo de grota”. Sim, a casa de comércio mais próxima ficava há 18km, numa pequena vila, hoje município de Virmond. Neste lugar existia mercado, moinho, bodega, Igreja e Colégio onde nós estudávamos, inicialmente conduzidos por uma Rural, depois por um jipe Toyota. De vez em quando esse trecho era percorrido a pé por cerca de três horas de caminhada, pois não havia outro meio de transporte, até por conta das estradas péssimas, lamacentas, curvadas e íngremes.

O que tinha de sofrido, compensava pelo que era de divertido. Ainda jovem, no auge dos meus 20 anos, foi fácil estabelecer amizades com os moradores das redondezas. Vale salientar que eu morava sozinho em uma das casas da empresa. Nos fins de tarde e nos finais de semana, nosso entretenimento era jogar bola queimada, assistir aos jogos de futebol no Campo do Vô Jeca e ouvir música de gaita e violão com tio Gusto, Julinho e companhia.

A Ideia de difundir a música, me fez adquirir uma rádio AM, cujo transmissor valvulado de propriedade do Pessato em Mangueirinha, funcionou por um longo tempo como a emissora de rádio daquela cidade e depois fora cassada pelo antigo DENTEL por irregularidades. Lá no Cavernoso pegava bem.  Eu tinha apenas o curso primário, mas a comunicação jorrava nas minhas veias.

De vez em quando participávamos de umas pescarias, uma vez que o Rio Cavernoso era muito piscoso, mas eu não gostava de dar banho nas minhocas e servir de alimento para os mosquitos. Sempre gostei muito de peixe, frito, assado ou ensopado. Só “pescava” bem na sala de aulas do professor João Tadeu.

No ano seguinte, fui transferido para Laranjeiras do Sul, como operador de subestação 69kV, função que foi extinta por conta das automações.
Confesso que depois vou segurar o crachá novamente, pois ainda tem muita história boa pra ser contada.


3 comentários:

  1. Quem tem memória tem história. Ou quem tem história tem memória.
    Muito gostoso recordar as coisas boas da vida.

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  2. Lembrar é viver!
    Muito bacana sua trajetória na nossa querida empresa.

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