terça-feira, 10 de dezembro de 2019


Acreditem,  trocaram o Menino Jesus por Papai Noel!

Ele é um personagem muito injusto, fornece bons presentes para crianças ricas e só docinhos, geralmente pirulito para os mais pobres.


Concluí que Papai Noel é um bom negócio, símbolo comercial, produzido pela elite para explorar e faturar financeiramente. Chega a ser desumano, com raras exceções.

Quando eu era criança pequena lá em Mangueirinha, nos vivíamos numa pindaíba que não gosto nem de me lembrar Quando se aproximava o Natal, dava uma melancolia, pois esperávamos do .”papai Noel” um presente compensador que geralmente não acontecia.
Mentiam para nós que o “Bom velhinho” depositava os presentes durante a noite na sexta que a gente preparava. Quando recebíamos algum presente eles provinham quase sempre da casa da Vó Ana, que sempre foi muito generosa para conosco.

Mas, a minha maior decepção foi em 1976, nas dependências da Usina Cavernoso, quando tiveram a triste déia de me vestirem de papai Noel para entregar alguns presentes para os filhos dos funcionários da empresa. Eu aceitei e lá cheguei distribuindo presentes s, claro, previamente comprados pelos pais. O que eu não contava é que para o pátio da vila, vieram um considerável número de crianças pobres da redondeza. As crianças choravam pois queriam um presente do Papai Noel e eu precisei mentir que não tive como trazer pois o Toyota estava muito lotado e que traria no próximo ano... fiquei com uns dez nojos de papai Noel elitizado.

Deste então, procuro promover e enaltecer o Menino Jesus que dá de presente aos pobres a ESPERANÇA de um mundo melhor, mais humano e mais justo, se aderirmos ao seu projeto de vida e pormos em prática o seu único Mandamento, o do AMOR.


Na tradição da Igreja Católica, o Papai Noel seria na verdade o Santo Nicolau de Mira, que foi um bispo grego do século IV depois de cristo. Era costume desse santo dar presentes e ser uma pessoa bastante pacífica e amigável com crianças. Durante a Idade Média ele foi nomeado como santo da Igreja.

domingo, 8 de dezembro de 2019


Pensava que ia servir ao Exército.

Todo o adolescente homem, quando está se aproximando dos 17 anos, fica numa grande expectativa com relação ao Serviço Militar. Muitos desejam servir e não são aprovados... Outros vão a contra gosto por ser obrigatório. Muitos carecem do certificado de dispensa de incorporação para obterem um emprego.

Quando eu saí da casa da minha falecida avó Ana, com quem havia brigado por causa de um tomate, eu tinha feito o alistamento militar e aguardava a inspeção de saúde pra saber se iria ou não tirar um tempo no quartel. Enquanto isso, eu me divertia olhando pela janela da pensão onde morávamos com meu tio Elias e outros colegas dele; funcionários do DER, no Bairro da Cango em Francisco Beltrão – PR, de cuja janela permitia visualizar os treinamentos dos recrutas  no pátio do 21° Batalhão. Era muito engraçado quando o comandante gritava: “DIREITA... VOLVER!!!” algum recruta sempre confundia a direção, se voltava para a esquerda e dava de cara com os colegas enfileirados. Lembro que o mascote deles era um bode, que acompanhava o comandante em todos os desfiles.


Finalmente chegou o dia da inspeção de saúde. Era uma manhã de muito frio e nos encontramos cerca de uns 30 candidatos numa sala da unidade militar no centro de Francisco Beltrão. Um militar ordenou que entrássemos num vestiário e tirássemos toda a roupa e retornássemos na mesma sala. Ali ficamos enfileirados, aguardando um ao lado do outro, completamente despidos em posição de sentido.

Eu era o menorzinho, 1,60m tava arrepiadinho, não sei se de vergonha ou de frio. Eu nem olhava para os lados. De repente uma voz de militar gritou para alguém da fila: “Tire as mãos da frente! Tá escondendo o quê?”
O inspetor olhava cada um de alto abaixo, examinava os dentes e escrevia uns números no peito de cada um com um pincel atômico em tinta na cor vermelha. Aguardamos assim pelados, por alguns minutos que pra mim parecia uma eternidade. Finalmente alguém ordenou que vestíssemos as roupas.

Antes de deixar as dependências militares, perguntei a um dos homens de farda, querendo ser gentil: “O senhor acha que eu vou servir ao exército?” - Ele olhou pra mim com desdém e vociferou: - Você não serve nem pra bucha de canhão!
Como diria um amigo meu do nordeste: me deu uma "réiva". Peguei uns 10 tipos de nojos da atitude daquele sujeito!