sábado, 21 de junho de 2014

Ser Igreja é jogar no time de Jesus


Para jogar no Time de Jesus, e fazer o gol da união, nesse time não tem reserva, com Jesus Cristo todos são titulares.

Por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, celebrado no dia da Ascensão do Senhor, o Papa Francisco escolheu o tema: A Busca por uma autêntica Cultura do Encontro, refletindo sobre a importância das mídias sociais como ferramentas para Evangelizar e facilitar o encontro das pessoas consigo mesmas, com os outros e com Deus.

Com a advinda da Copa do Mundo ao Brasil foi oportuno fazer essa correlação, uma vez que o futebol no Brasil é tido como uma paixão nacional.

Papa Francisco afirma que é preciso superar o racismo e que o futebol deve ser uma escola de construção para uma cultura do encontro, que permita a paz e a harmonia. O Pontífice usa também uma gíria brasileira para defender o espírito de equipe não só no esporte, mas entre as pessoas e culturas: "Não é só no futebol que ser 'fominha' constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos 'fominhas' na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada". O Papa afirma esperar que a Copa seja, além do esporte, festa de "solidariedade" entre os povos.


É preciso tomar cuidado com o perigo do ostracismo, fechamento das pessoas entre si provocado pelo uso indiscriminado das mídias, especialmente os celulares, a internet e seus aplicativos, que muitas vezes dão a falsa sensação de liberdade e inserção na sociedade, quando de fato as pessoas vivem num mundo virtual, que não raro acaba levando o individuo a um isolamento tão grande que frequentemente culmina com dezenas de pessoas sob o jugo de uso de drogas, da depressão e não obstante, da morte violenta.Talvez por que faltou a cultura do encontro pessoal e comunitário.

Recordando como no passado, o futebol era uma ferramenta de promoção do encontro, principalmente nas pequenas cidades, vilarejos e zonas rurais. Nos finais de semana, adolescentes jovens e adultos, marcavam pra logo depois da novena uma partida de futebol quer seja amistosa ou um campeonato e por que não um torneio cujo valor agregado era nada mais que o prazer de se encontrarem para medir suas forças e suas capacidades técnicas em campo, mas o que tinha peso maior era o prazer de se encontrarem. Era a alegria de rever o amigo, o colega, o compadre, o vizinho e comprovar que estava tudo bem com ele. 


Como hoje vivemos em uma selva de pedras, onde até os campinhos de futebol viraram produto de exploração imobiliária, a opção encontrada por muitos jovens e adolescentes é se refugiar no quarto, que logo se torna entediante e principalmente um presídio inclusive para as emoções.

Mas é importante dizer que existem alternativas que precisam serem buscadas constantemente, como por exemplos: Os encontros de jovens através da pastoral da juventude, os Grupos de Reflexão e outras alternativas de encontros em pastorais e movimentos. São tantas as alternativas que promovem encontros que é possível fazer algo prazeroso e útil. Além da área dos esportes, a cultura também facilita o encontro das pessoas para estreitar os laços de amizade.

Que tal, pessoas que se encontram para tomar um chimarrão, conversar, promover algum evento cultural como as rodas de viola, músicas, teatro, enfim. Há uma gama de situações que podem muito bem promoverem a amizade, o companheirismo e daí surgir algumas ideias que desperte nas pessoas o entusiasmo, a alegria e o prazer de sentir útil jogando no Time de Jesus. Nesse campo tem vagas...


Pense nisso.

Diácono Osmar Vieira
Jornalista - DRT-PR 04975

sexta-feira, 13 de junho de 2014

CRISTO ENTROU EM MEU CORAÇÃO POR UM BURACO
O anjo: Irmã Maria Ignez Mazzero. (em memória).

Quando o medo e o desespero se apoderam da gente, é que sentimos o quanto somos fracos e impotentes diante do magistral poder de Deus.

Há alguns anos, mais precisamente em 1979, após realizar uma bateria de exames, o médico confirmou um diagnóstico que me fez tremer. A hipertensão que ameaçava minha saúde, apesar dos meus vinte anos, provinha de uma cardiopatia congênita. Poderia ser corrigida com uma delicadíssima intervenção cirúrgica no coração. Com uma possibilidade remota de êxito. Por outro lado, certamente sem a cirurgia, dificilmente alcançaria os trinta anos de idade. O coração não resistiria e num momento qualquer poderia deitar-me para jamais levantar. Lamentei profundamente não ser uma pessoa influente e dessa forma conseguir um tratamento especial em Cleveland, nos EUA. Mas tive a grande sorte de possuir amigos de verdade, colegas que me deram apoio moral e financeiro. É bem verdade que alguns deles não acreditavam na possibilidade de um reencontro comigo vivo.
Até então, eu me considerava “católico”, como muitos por aí. Deus não estava na minha lista de prioridades. Não passava de um fariseuzinho, pobre com cabeça de rico... Acomodado, massificado... diria que um alienado.

Mesmo assim eu pensava muito em Deus quando me via em apuros. Nossa Senhora Aparecida sempre era o meu porto seguro. Ao perceber as primícias de uma tempestade, sentia medo e até rezava, embora sem muita convicção. Nos bons momentos, até fazia chacota e ajudava a “tirar sarrinho” e zombar da religião e de Deus.
Diante da realidade, sabendo estar condenado à morte, comecei a me voltar um pouco mais para as coisas divinas. Casado havia pouco tempo, minha esposa entrava em desespero toda vez que tocávamos no assunto (talvez por perceber que em breve poderia tornar-se uma “viúva-fresca”). Desde então, passamos a rezar juntos e ler a Bíblia. Onde encontrávamos frases de conforto que nos enchiam o coração, tais como: OUVI TUA ORAÇÃO E VI TUAS LÁGRIMAS; E EIS QUE EU TE SARAREI (II Reis 20,5).
Com um fio de esperança, deixei o Sudoeste do Paraná com destino a São Paulo, no dia primeiro de maio de 1.979. Na saída, o beijo, um abraço e as lágrimas da esposa... E o conforto na Palavra de Deus: “MÃO DIREITA E TE DIGO: NÃO TEMAS QUE EU TE AJUDO” (Is. 41,13).
Já em São Paulo, descobri que haviam médicos tão capacitados pelo SUS, como nos EUA. No dia 29 de maio, fui conduzido a uma das salas de cirurgia da BENEFICÊNCIA PORTUGUESA e, enquanto eu dormia, sob efeito da anestesia, os médicos abriram uma grande fenda em meu corpo, paralisando o coração.
Penso que Cristo aproveitou a oportunidade, entrou veladamente e alojou-se num cantinho qualquer... NÃO TE DEIXAREI NEM TE DESAMPARAREI (Heb. 13,5).
Dez dias após a cirurgia (que numa verdadeira zebra deu certo), lá estava eu sobre o leito com fortes dores em toda a região lombar (pudera o corte mediu 32,5 centímetros, com 43 pontos. Daria pra ganhar três esportivas e ainda sobrariam pontos). De repente, a porta da enfermaria se abriu e com espanto percebi a presença de um colega que havia percorrido mais de mil quilômetros e naquele labirinto, da selva de pedra paulista havia me encontrado vivo.

Conversamos, rimos, mostrei lhe a cicatriz do corte feito pelo Dr. Zerbini   e a Equipe do Professor Dr. Radi Macruz. Em um dado momento, esse colega perguntou-me se eu era católico. Respondi que sim. Contou-me então que no dia em que eu estava sendo operado, a Comunidade reunida celebrou uma Missa pedindo a Deus pela minha saúde. Lembrou-me ainda que foi um pedido feito pelo meu anjo a freira franciscana, Irmã Maria Ignez Mazzero (in memoriam).
Após esse colega deixar o hospital, uma grande angústia tomou conta de mim. Ao imaginar uma multidão rezando para que tudo desse certo comigo... senti uma grande emoção e então chorei.
Era preciso de alguma forma retribuir tanto carinho e preocupação dos meus amigos. Mais do que nunca, senti uma grande vontade de viver. Ali na cabeceira da cama estava o Livro Sagrado que me inspirava: SABERÁS QUE EU SOU O SENHOR, E OS QUE CONFIAM EM MIM NÃO SERÃO CONFUNDIDOS (Is 49,23).
Euryclides de Jesus Zerbini (1912-1993)
Eram tantos os pensamentos que a gratidão exigia uma mudança de vida radical, ou seja, uma conversão. Incrível, foi preciso acontecer quase uma desgraça, para iniciar-se em mim um processo de desinstalação do comodismo e começar uma ação que durará enquanto houver vida.
Até hoje, foram duas cirurgias cardíacas. A primeira de coarctação da aorta, a segunda, há 10 anos pra instalar uma válvula mitral metálica. Depois, sete dias internado com suspeita de uma fratura cervical, ao sofrer o atropelamento por um FIAT 149... Opa, não era FIAT 147? – Era, mas depois encontraram mais dois defeitos nele elevando-o para 149.
Calma que ainda não acabou! Do ano passado (2013), foram três AVCI, Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, um deles me renderam quatro dias internado na Unidade de Terapia Intensiva, que me deu uma entortada, mas não me derrubou.
Dá pra concluir, que Deus nos conquista por Amor ou pela dor, que fomos escolhidos por Deus, e por isso viemos ao mundo numa disputa descomunal, quando um dia na concepção milhares de espermatozoides buscavam fecundar um único óvulo. E nós chegamos lá. Você, eu... 
Meu Deus! Como é possível que alguém tenha a coragem de tirar uma vida, matando ou praticando a pior de todas as covardias, o aborto? "EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM VIDA PLENAMENTE" (Jo 10,10).

Por isso acredito que cada um de nós tem uma MISSÃO a ser cumprida. E você Já descobriu a sua? Está esperando o que para se converter? Que abram um buraco no seu corpo? – “SE VÓS ESTIVERDES EM MIM E AS MINHAS PALAVRAS ESTIVEREM EM VÓS, PEDIREIS TUDO O QUE QUISERDES, E VOS SERÁ FEITO” (Jo 15,07).